“Que o seu alimento seja o seu remédio e o que o seu remédio seja o seu alimento” – já dizia o pensador e médico grego Hipócrates. Embora dita há mais de 2.400 anos, a “recomendação” continua atual e serve tanto para as pessoas quanto para os animais. Nos dias de hoje, são os chamados “nutracêuticos” que podem reforçar essa conexão entre alimentos e uma vida mais saudável.
O termo nutracêutico vem de nutri de “nutriente” e cêutico de “farmacêutico, ou seja, ao mesmo tempo que nutre faz bem à saúde. Foi em 1989 que a Fundation For Innovation in Medicine buscou desenvolver esse tipo de produto no formato de tabletes, cápsulas ou comprimidos com características de alimento, mas que também agisse como fármaco.
O objetivo é estimular o organismo a criar defesas mais eficazes contra doenças por meio de formulações que, além de elementos antioxidantes, também reúnem vitaminas, aminoácidos e minerais em doses estratégicas para fortalecer o sistema imunológico.
Os nutracêuticos não são a mesma coisa que os chamados “alimentos funcionais” que incluem produtos integrais, fortificados ou enriquecidos. Os nutracêuticos possuem compostos bioativos de forma concentrada e em dosagens superiores àquelas encontradas no alimento normal. Eles podem ser obtidos a partir de fontes vegetais, animais, de bactérias ou leveduras, e exercer funções antioxidantes, antibacterianas e antiinflamatórias, entre outras.
“Os nutracêuticos podem ajudar na prevenção de doenças ou no auxílio de tratamento de diversas patologias. Por exemplo: muita gente toma Ômega 3 para prevenção de doenças, mas ele também pode ser usado, na dose e proporção corretas, para problemas de peles e distúrbios neurológicos também nos animais”, diz a veterinária Viviane Reis da Clínica Integrativa Pet, de SP.
Segundo Viviane, os nutracêuticos podem e devem ser administrados nos animais idosos. Conhecidos também como “fármacos inteligentes”, combatem os Radicais Livres (RLs), ajudando a prevenir as doenças degenerativas. Aliás, hoje em dia há vários suplementos prontos no mercado para pets idosos.
“Quando bem indicados a gente vê melhora nas dores articulares, na pele, em cognição e várias outras coisas. Também há a possibilidade de se fazer um suplemento individualizado através de uma consulta com um veterinário que trabalhe com Nutrologia”, comenta.
Alguns dos ingredientes mais comuns nos nutracêuticos para suplementar a dieta são: L-carnitina, Beta-glucanos, Triglicérides, Prebióticos, Probióticos, Ácidos graxos como Ômega-3 e agentes antioxidantes. Esses compostos são obtidos de vários alimentos como por exemplo a alcachofra, a laranja amarga, a acerola, o maracujá e a cenoura, entre outros.
Tem também a apigenina que é um nutracêutico bem interessante para alguns casos oncológicos. Ela é encontrada na camomila, na salsa e no tomilho, mas é preciso saber usar: “Dificilmente colocando tomilho na comida de um cão se chega a quantidade de apigenina indicada para um paciente oncológico, logo, o indicado é manipulá-la. Esse conhecimento dos alimentos e dos nutrientes é o que nos permite hoje trabalhar com nutracêuticos e nutrição de uma forma muito mais específica e individualizada, tanto preventivamente como em tratamentos”, explica a veterinária.
Muito se comenta também da epigalocatequina galato, nutriente encontrado no chá verde. Existe indicação desse componente para animais, mas seu uso constante pode causar mais problemas que benefícios, por isso a prescrição de um veterinário é tão importante. É com base nos sintomas clínicos, doenças e exames que os nutracêuticos podem ser recomendados. Outras questões como exercícios, alimentação e predisposições genéticas são também avaliadas na consulta.
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Como administrar os nutracêuticos em animais?
Isso vai depender do paladar de cada animal e do nutracêutico prescrito. Tem alguns com gosto acentuado e, uma vez misturados ou dissolvidos na comida podem não ser aceitos pelos pets. Ás vezes é preciso fazer uma prescrição em forma de biscoito, petisco ou liquido saborizado. Outra opção é colocar a cápsula dentro de um petisco atrativo. Existem petiscos desenvolvidos exatamente para fazer uma bolinha de medicamento e oferecer ao animal.
De qualquer forma é bom lembrar que a suplementação alimentar pode ser iniciada em qualquer idade e a razão é simples: hoje em dia, geralmente os animais crescem com base apenas numa alimentação industrializada e repleta de conservantes, e muitos têm também uma vida sedentária. Tudo isso favorece o aparecimento de doenças crônicas, às vezes com pouca idade. Então nada melhor que “fazer dos alimentos os remédios e vice-versa”.
Um dos artigos que , para momento que estamos vivendo, acabou despertando meu interesse para esse tipo de suplemento alimentar nos animais . Será que as rações possuem alguma quantidade desses suplementos? Não tinha pensado nessa possibiludade até ler esse artigo.
Muito grata
Que ótimo saber desses suplementos para os bichinhos principalmente prazos idosos muitas possibilidades de ajuda muito bom mesmo
Muito legal! Acho que essas rações comercializadas, apesar de pregarem ao contrário,são pobres dos nutrientes essenciais. Esperando a pandemia passar para levar os gatos para consulta de rotina e vou comentar com o Vet sobre isso.
Já usei nutraceuticos em alguns animais meus e tive excelentes resultados. Precisa popularizar esses tratamentos para que mais pessoas tenham acesso e consigam proporcionar melhor qualidade de vida aos seus animaizinhos.
Onde vc encontrou esse nutraceuticos
Isso. Onde? Gostaria de saber tbm!?
A nutrologa passou para minha pet. Tem apenas 3 dias de uso , a minha pequena como como se fosse um petisco. Espero que ajude na dermatite atópca dela, comprei nessa esperança. Amei a matéria, me esclareceu muita coisa.
Ótima matéria!!! Obrigada!
Que tipo de nutraceito ppsso dar ao meu filho de 4 patas que tem cancer