em Tratamentos

Cães e gatos têm sido bastante beneficiados pela ozonioterapia e, recentemente, até mesmo animais selvagens, vítimas dos incêndios no Pantanal, ganharam uma segunda chance com a ajuda desse tratamento. O crescente interesse por terapias complementares por parte de veterinários e tutores, além do registro de excelentes resultados, culminaram nas Resoluções nº 1363 e 1364 do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) que entram em vigor a partir de 3 de novembro e criam a regulamentação de tratamentos por ozônio e laser.

“Comprometida com a inovação e a transparência, a atual gestão do conselho estabeleceu o diálogo com os profissionais que têm atuado pelo progresso da Medicina Veterinária e, com responsabilidade e conhecimento, estamos modernizando nossos normativos para garantir segurança jurídica a todos que trabalham com ética, zelo e compromisso pela saúde e bem-estar dos animais”, destaca o médico-veterinário Francisco Cavalcanti, presidente do CFMV.

A Ozonioterapia consiste na aplicação da mistura do gás ozônio e oxigênio no organismo para provocar efeitos anti-inflamatórios, antibacterianos e cicatrizantes. A aplicação não requer sedação ou anestesia. Os animais geralmente aceitam bem esse tratamento e os efeitos costumam ser visíveis a partir da primeira ou segunda semana de tratamento, principalmente em casos de dores crônicas.

“Uso ozonioterapia com bastante sucesso nos casos de dores. Muitas vezes associo com acupuntura quando o paciente está com muita dor. A resposta é sempre muito favorável. Os tutores costumam relatar que o animal fica bem melhor após as sessões”, comenta a médica veterinária Viviane Reis, da Clínica Integrativa Pet de SP.

Como exemplo, a veterinária cita o caso grave de um paciente canino que estava com as vias urinárias obstruídas e que não tinha tido sucesso em tratamentos anteriores: “Realizei sondagem e lavagem com soro ozonizado. O cálculo se desfez e o animal voltou a urinar normalmente. Mas nem todos os casos de cálculos urinários respondem a esse tipo de abordagem. Então cabe ao veterinário do paciente e o ozonioterapeuta avaliarem juntos se tem indicação ou não”.

Outros exemplos da Clínica Integrativa Pet são do cãozinho Vishnu, de 13 anos, que tinha displasia coxofemural, uma doença de má formação genética que causa muita dor, e da cadelinha Kirei (foto abaixo) que apresentava Linfoadenite bacteriana (infecção linfática) por conta de uma piodermite profunda. Vishu reagiu muito bem aos tratamentos de acupuntura e ozonioterapia.

Kirei foi tratada com bagging de ozônio (técnica que utiliza o gás ozônio dentro de uma bolsa plástica), laser azul que é fungicida e bactericida, e laser vermelho para ajudar na cicatrização das lesões. A cadelinha havia, inclusive, desenvolvido resistência a antibióticos, mas com a Ozonioterapia e laser começou a se recuperar aceitando bem melhor a medicação alopática.

Já o gatinho Bowie chegou à Clínica Integrativa Pet com vários problemas de saúde, incluindo cristais na urina, o que lhe causavam extremo desconforto e já tinham provocado três obstruções. A obstrução nos gatos é muito séria e necessita de intervenções imediatas para devolver o fluxo urinário ao animal. Além da tradicional sondagem, pode-se lavar a bexiga com soro ozonizado (indicado também para diminuir a inflamação da bexiga) – uma técnica muito utilizada pela veterinária Viviane Reis. Atualmente Bowie passa pela ozonioterapia somente quando está com muita dor devido a uma luxação na patela.

Ozonioterapia em animais selvagens

No dia 19 de outubro, a onça batizada de Ousado foi solta na natureza após tratamento com ozonioterapia. Ela foi resgatada dos incêndios no Pantanal por uma equipe do Instituto Chico Mendes de Preservação da Biodiversidade (ICMBio) em Corumbá (Goiás) e cuidada pelo Instituto No Extinction (NEX ) durante 37 dias.

Além da ozonioterapia, também foi tratada com laserterapia e pomadas homeopáticas para se recuperar das queimaduras nas patas. A onça, de sexo masculino, já era conhecida dos turistas do Pantanal porque vivia aparecendo e se exibindo para eles – daí o apelido de Ousado.

Foi a primeira vez da administração de ozônio medicinal em onças no Brasil, mas esse tratamento para feridas já era  bastante utilizado durante a Segunda Guerra Mundial devido ao seu poder de combate a bactérias, vírus e germes, além da recuperação de feridas inflamadas ou infeccionadas. Com a boa recuperação de Ousado, outros animais, de diversas espécies, vítimas dos incêndios, também estão sendo submetidos à ozonioterapia.

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Mostrando 6 comentários
  • Rosemary polycarpo
    Responder

    Que recurso maravilhoso da medicina veterinária….. novas chances de cura para os pets….. nova esperança de vida …. 🙏🏼🙏🏼🥰❤️

  • Hellen
    Responder

    Que maravilha! Cada vez mais vemos profissionais empenhados em dar qualidade de vida aos animaizinhos! Eles merecem!

  • Débora
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    Que bom que estão divulgando essa técnica excelente para tratar os animais. Uso a ozonioterapia em meu cão que tem 13 anos e displasia coxofemural com ótimos resultados. Associada a autohemoterapia produz resultados maravilhosos. Também em humanos. Parabéns

    • Lívia de Freitas
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      Continue nos orientando.
      Obrigada

  • Karina
    Responder

    Quantas terapias diferentes que a gente quase não ouve falar! Obrigada por mais uma matéria elucidativa.

  • Vera lucia
    Responder

    Que maravilha , novas técnicas, novas esperanças, todo bichinho merece.

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